Lar, doce lar

Há exatamente um mês (contei direitinho) voltamos do Brasil pra Berlim e eu já sinto saudade de todos vocês aí, de tanta brincadeira e mimo. Mas sei que logo nos veremos novamente. Por enquanto eu uso as belas fotos que tiramos pra me lembrar de vocês, além de uma conversinha no Skype aqui e ali.

Aqui em Berlim as temperaturas já se aproximam daquelas que tivemos no Brasil e durante esse mês havia alguns festivais de rua por aqui. E, como a mamãe queria mostrar todos eles ao papai, eu fui carregado também.

Fiz também minha primeira viagem de ICE, um trem alemão super veloz. Isso deve interessar, mais do que qualquer um, ao meu primo favorito, o Ole, que é absolutamente vidrado em trens. Além de estar cheio, o trocador do trem estava fora de uso, ou seja, mais uma troca de fraldas estranha.

Nossa viagem de ICE não foi a passeio. Pelo menos não pra mamãe, que conseguiu em Bonn, nosso destino, bastante informação sobre a nossa futura terra, a Romênia. Eu, enquanto isso, passei a semana sob os cuidados do papai. Um treinamento intensivo, já que ele vai cuidar de mim enquanto a mamãe for trabalhar. Papai e eu passeamos bastante e visitamos com frequência um grande parque chamado Rheinaue, enquanto mamãe aprendia muito no seu seminário.

Outra novidade desse último mês em Berlim é que eu comecei a petiscar uns legumes aqui e acolá. De preferência batata doce, que a gente consegue amassar bem assim com a mão. Tudo bem que a maior parte acaba indo pro chão em vez de pro meu estômago, por isso tenho experimentado também uma papinha cuidadosamente levada à minha boca pelos meus pais.

E como sabemos, comida não cai do céu, por isso eu preciso ir às compras – ou ser levado a elas. Do carrinho, com meus braços que ainda não alcançam as pratelheiras, eu posso apontar o que eu quero e papai ou mamãe pegam pra mim.

O que eu também notei no último vez é que, desde essa ideia de mudar de país, papai e mamãe têm dito coisas engraçadas de vez em quando. Parece-me que as pessoas na Romênia não falam nem Alemão, nem Português, nem Ottoguês. Parece que lá eu sou “un Otto”, papai é tată e mamãe é mamă.